Passion: ?
Faltavam-lhe paixões, ele dizia. Embora pudesse enfileirar algumas coisas de que gostava muito:
Dias de Sol, mas daqueles que já amanhecem ensolarados e assim se mantêm até o fim, seguidos de noites quentes, cheias de vida nas ruas (o que se excluem, obviamente, os pernilongos que não são formas de vida, são diabinhos enviados à Terra pra uma pequena demonstração do que é o inferno). Sorvete de chocolate, acompanhado por algum outro de sabor aleatório apenas para compor o cenário gustativo. Churrasco com velhos amigos, ele adorava aquela coisa toda de carne, Sol, música, bebidas, as mesmas conversas, risadas, alegria e a sensação de proteção que tudo isso traz. Céu estrelado. A Lua, a Lua era foda. Discussões existênciais. Discussões filosóficas. Discussões políticas (não que ele realmente participasse desses colóquios, apenas gostava de ouvir-los). Baladas. Dançar. Cantar. Gritar (por que não gritar?). Barzinhos, pizzarias e botecos (o que de certa forma se encaixa na categoria churras). Loiras, morenas, negras, ruivas e orientais (embora as morenas fossem muito mais fodas). Bons filmes, que lhe ficassem na memória por dias a fio, martelando, martelando. Boa música, que o fizesse dançar, que lhe vibrasse a boca do estômago ou que o levasse a dizer: "bela construção poética". Boa leitura, que o fizesse pensar: "Caralho! Claro! Como eu sou burro!" (mas não que ele dispensasse cultura barata). Ele gostava muito de imaginar um time com Rona(aa)ldo, Cafú, Gamarra, Maldini e Roberto Carlos , Redondo, Rincón, Zidane e Alex, Ronaldinho e Ronaldo. Gostava de pessoas de forma geral. Tv. Massas. Arroz com feijão. Flores. Pores-de-Sol. E tirar meleca do nariz estava no topo das suas coisas preferidas depois de andar descalço.
Enfim, ele gostava de viver. A vida sempre lhe fora boa e por isso era feliz, bastante feliz. Pretendia chegar aos 100 anos, ele até pensava na festa do 1º centenário. E gostava da vida porque sabia que era composta por pequenas paixões, que numa somatória acumulavam tesão suficiente pra seguir vivendo, tranqüilamente, como sempre.
Mas às vezes sentia falta de algo que transbordasse, que trouxesse muitas gotas d'água, que fosse maior do que ele, que não coubesse nele. Queria agir sem pensar, porque não haveria no que pensar, simplesmente porque teria que ser daquele jeito.
Às vezes se cansava de ser sempre assim, medíocre. E quem não o é? Dá pra contar nos dedos (claro que isso é uma hipérbole) quem fugiu da mediocridade por uma vida toda. Porque pessoas geniais e com lâmpejos de gênio existem aos montes, mas isso não significa que elas deixarão ou deixaram seus nomes na História. O que eu quero dizer é que mesmo não sendo Alexandres ou Ches muita gente segue suas paixões. Ainda existem paixões a se seguir, ele dizia, só preciso de uma.
Dias de Sol, mas daqueles que já amanhecem ensolarados e assim se mantêm até o fim, seguidos de noites quentes, cheias de vida nas ruas (o que se excluem, obviamente, os pernilongos que não são formas de vida, são diabinhos enviados à Terra pra uma pequena demonstração do que é o inferno). Sorvete de chocolate, acompanhado por algum outro de sabor aleatório apenas para compor o cenário gustativo. Churrasco com velhos amigos, ele adorava aquela coisa toda de carne, Sol, música, bebidas, as mesmas conversas, risadas, alegria e a sensação de proteção que tudo isso traz. Céu estrelado. A Lua, a Lua era foda. Discussões existênciais. Discussões filosóficas. Discussões políticas (não que ele realmente participasse desses colóquios, apenas gostava de ouvir-los). Baladas. Dançar. Cantar. Gritar (por que não gritar?). Barzinhos, pizzarias e botecos (o que de certa forma se encaixa na categoria churras). Loiras, morenas, negras, ruivas e orientais (embora as morenas fossem muito mais fodas). Bons filmes, que lhe ficassem na memória por dias a fio, martelando, martelando. Boa música, que o fizesse dançar, que lhe vibrasse a boca do estômago ou que o levasse a dizer: "bela construção poética". Boa leitura, que o fizesse pensar: "Caralho! Claro! Como eu sou burro!" (mas não que ele dispensasse cultura barata). Ele gostava muito de imaginar um time com Rona(aa)ldo, Cafú, Gamarra, Maldini e Roberto Carlos , Redondo, Rincón, Zidane e Alex, Ronaldinho e Ronaldo. Gostava de pessoas de forma geral. Tv. Massas. Arroz com feijão. Flores. Pores-de-Sol. E tirar meleca do nariz estava no topo das suas coisas preferidas depois de andar descalço.
Enfim, ele gostava de viver. A vida sempre lhe fora boa e por isso era feliz, bastante feliz. Pretendia chegar aos 100 anos, ele até pensava na festa do 1º centenário. E gostava da vida porque sabia que era composta por pequenas paixões, que numa somatória acumulavam tesão suficiente pra seguir vivendo, tranqüilamente, como sempre.
Mas às vezes sentia falta de algo que transbordasse, que trouxesse muitas gotas d'água, que fosse maior do que ele, que não coubesse nele. Queria agir sem pensar, porque não haveria no que pensar, simplesmente porque teria que ser daquele jeito.
Às vezes se cansava de ser sempre assim, medíocre. E quem não o é? Dá pra contar nos dedos (claro que isso é uma hipérbole) quem fugiu da mediocridade por uma vida toda. Porque pessoas geniais e com lâmpejos de gênio existem aos montes, mas isso não significa que elas deixarão ou deixaram seus nomes na História. O que eu quero dizer é que mesmo não sendo Alexandres ou Ches muita gente segue suas paixões. Ainda existem paixões a se seguir, ele dizia, só preciso de uma.
Ele não queria uma causa para morrer, só queria uma causa para viver mais intensamente. Pois é, sempre queremos mais.